sexta-feira, 23 de março de 2012







PARTICIPAÇÃO TOTAL E IGUALDADE
Ana Maria Pereira Dionísio
Formada em Letras, Pós Graduação em Docência do Ensino Superior e Psicopedagogia




Artigo publicado na Revista da Escola F.A.S. de Uberaba - Minas Gerais - 2011







A participação na escola não envolve apenas o cumprimento das funções atribuídas a cada um dentro de sua área. Ela é a apropriação do senso de grupo. Um grupo que constrói sua realidade influenciando no currículo, no ciclo didático e nas atividades. Se existe este envolvimento é muito provável que a equidade deixe de ser apenas um conceito teórico e passe a balizar as ações educativas em prol do atendimento das necessidades específicas de cada um.
Esta conduta envolve o ambiente escolar numa democracia consciente e com resultados positivos. Onde a liberdade é a voz dos participantes no processo, a equidade a consciência do eu e do outro(nossas necessidades e/ou diferenças) e a participação a condução de todos os envolvidos rumo ao mesmo norte, ou seja, com a mesma razão e motivação para trabalhar e lutar por uma realidade melhor.
Para Winnicott (1983) o amadurecimento está diretamente ligado a interação de um ambiente facilitador com um organismo com uma inata tendência a continuar a ser, se integrar e amadurecer.
Quando o ambiente é facilitador, significa que ele também é acolhedor. Acolhe nosso ser como ele é e respeita as diferenças e limites. Sentir-se acolhido é sentir-se abraçado e ter as necessidades atendidas. Dessa forma, o amadurecimento segue seu curso natural.
Assim, a inclusão de pessoas com deficiência promove o amadurecimento e desenvolvimento delas, juntamente com o amadurecimento e desenvolvimento dos demais alunos, principalmente pela relação que se estabelece numa ação natural no ambiente escolar. Por ação natural compreendo o olhar o outro e perceber sua necessidade e sua dificuldade, assumir minhas limitações e dificuldades e procurar superá-las.
O que nos leva a considerar que a maior razão para promover a inclusão de crianças com deficiências e com histórico de privações nas escolas regulares é o aumento das oportunidades de aprender por meio da interação com os outros e promover a sua participação na vida da comunidade.
Para que haja a inclusão de forma efetiva é necessário considerar a necessidade de todos os alunos independente de sua condição física, social, financeira ou étnica. Se buscamos construir uma sociedade mais justa e harmoniosa essa construção se dá em primeiro lugar no seio da família e se prolonga na escola. Por este motivo os laços entre família e escola devem ser cada vez mais estreitos e transparentes, para que haja uma participação efetiva de todos e igualdade com respeito às diferenças.


Através da Educação Para Todos, deveria ser possível possibilitar a todos os seres humanos – incluindo os deficientes – desenvolver todo o seu potencial, contribuir para a sociedade e, acima de tudo, serem valorizados por suas diferenças e não desvalorizados. Em nosso mundo constituído de diferenças de todos os tipos, não é o deficiente, mas a sociedade na sua grande maioria que precisa de uma educação especial com o objetivo de se tornar uma genuína sociedade para todos.”
Federico Mayor, Ex-Diretor Geral de Formação da UNESCO

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